segunda-feira, 27 de junho de 2011

Dezoito mortos e dezenas de feridos na 'sexta-feira da ira'

Nicosia - Dezoito pessoas morreram e cerca de cem foram detidas na repressão às manifestações da "sexta-feira da ira", que se tornou um evento semanal dos manifestantes opositores sírios, segundo um registro divulgado hoje, sábado por uma ONG local.

Desde o dia 15 de Março, quando surgiu um movimento de protesto contra o regime do presidente sírio Bashar al-Assad, 1.332 civis foram mortos, assim como 341 policiais e soldados, segundo um novo registro divulgado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos no seu site.

Este registo, que aumenta apesar das condenações internacionais, não impediu que os organizadores da página do Facebook "The Syrian Revolution 2011" (A Revolução Síria 2011), que impulsiona a onda da contestação, convocassem um novo desafio,
denominado "um vulcão" em Alep, para 30 de junho.

Os novos massacres ocorreram em mais uma sexta-feira de mobilizações por todo o país. As forças de segurança abriram fogo para reprimir manifestações que reuniram dezenas de milhares de opositores ao regime. Os militares efectuaram ainda dezenas de detenções, de acordo com uma ONG.

Segunda maior cidade do país, situada no norte e a 90 km da Turquia, Alep é um bastião do regime, e as autoridades de Ancara, que recebeu quase 12 mil refugiados, temem uma catástrofe humanitária em caso de revolta.

De acordo com o Observatório, as forças de segurança detiveram entre 70 e 80 manifestantes em Mareh, cidade localizada nas imediações de Alep, depois de uma manifestação contra o regime feita à noite. No total, a ONG registou cerca de cem detenções e indicou protestos noturnos em Deir Ezor (leste), Duma (próximo a Damasco), Khableh (noroeste) e Latakia (noroeste).

Nas últimas duas cidades, as forças de segurança efectuaram revistas casa por casa durante a noite e foi decretado recolher obrigatório, segundo activistas.

Das 18 mortes registadas sexta-feira, seis pessoas morreram em Kesua, próximo à capital síria; cinco, em Barzé, bairro de Damasco; três, em Homs (centro); e quatro numa localidade situada próximo desta última; informaram o Observatório e vários activistas contrários ao regime.

Ainda hoje, o Exército sírio entrou apoiado por tanques na localidade de Al-Najia, próximo à cidade de Khisr al-Shughur, noroeste da Síria, indicou à AFP o director do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abdel Rahman.

"O Exército entrou com tanques e veículos de transporte de tropas na localidade de Al-Najia, entre Latakia (noroeste) e Khisr al-Shughur", disse Rami Abdel Rahman.

A localidade de Al-Najia está situada próximo à fronteira com a Turquia.

Fonte: Portal Angola Press

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