segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Vídeo corrobora tese de execução no caso "Ferrugem"

"O empresário Fernando Araújo Pontes, o "Ferrugem", foi morto dia 12 de maio deste ano, por policiais do grupo Fera, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão"

A exibição da gravação feita por um auxiliar do Ministério Público do Amazonas (MPE-AM) durante a abordagem de policiais do grupo Fera, da Polícia Militar do Amazonas (PM), durante a operação "Cachoeira Limpa", deflagrada em maio deste ano em Presidente Figueiredo (a 107 quilômetros de Manaus), corrobora a tese de que o empresário Fernando Araújo Pontes, 38, o “Ferrugem”, teria sido executado e não reagiu à polícia, como afirmam os envolvidos.
O vídeo, exibido no programa televisivo da Rede Globo de Televisão Fantástico, na noite deste domingo (21/08), mostra policiais arrombando o portão da garagem que dava acesso à casa do empresário. Em seguida, eles batem na porta do quarto do empresário, que levanta as mãos para o alto, tropeça, cai na cama e, ao levantar, é empurrado novamente. Em seguida, ouve-se os cinco tiros e gritos de crianças, que estavam no quarto com o pai e fugiram com medo.
O corregedor-substituto da Polícia Civil, Alberto Ramires, afirma em depoimento que não há dúvidas que trata-se de uma execução seguida de vários outros crimes, tais como homicídio, prevaricação, falsidade ideológica e de plantarem uma arma no local do crime. Primeiro porque uma primeira imagem mostra a cama do empresário sem a arma. Em seguida, um policial passa com a arma fria, que teria sido plantada no local.
O Conselho Superior do Ministério Público instaurou processodisciplinar para apurar descumprimento de deveres por parte do promotor de Justiça Ronaldo Andrade, que esteve na ocasião, usando um colete a prova de  balas e que usou uma câmera particular para gravar a abordagem, a qual foi feita para o cumprimento de um mandado de busca e apreensão.
Andrade nega que tenha sido conivente com a situação e afirma que, ao retornar a Manaus, entregou a gravação, a qual parece ter passado por edição, já que tem um corte entre o início e o fim da abordagem, aos seus superiores para a adoção das providências cabíveis. Também estão sendo investigados os delegados que estavam de plantão na data da operação “Cachoeira Limpa”, Fábio Martins Silva e Caio César Nunes, filho do delegado-geral da Polícia Civil do Amazonas, Mário César Nunes.
Sobre a reportagem, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) divulgou nota frisando que, no dia 25 de julho, foram afastados do serviço operacional os cinco policiais civis da Força Especial de Resgate e Assalto (Fera) que participaram, em maio, da operação policial em Presidente Figueiredo (a 107 quilômetros de Manaus), que resultou na morte do empresário Fernando Araújo Pontes, conhecido como ‘Ferrugem’.
O afastamento teve como base o resultado do processo investigatório realizado pela Corregedoria Geral do Sistema de Segurança Pública, em conjunto com o Ministério Público do Estado (MPE), para apurar as circunstâncias da morte de 'Ferrugem'.
O inquérito indiciou os policiais Melquisedeque Sarah Galvão e Natan Alves pelos crimes de homicídio, falsidade ideológica e porte ilegal de arma. Também foram indiciados pelos crimes de falsidade ideológica e porte ilegal de arma os policiais Emetério Pirangi e Lucas Mendes.
O delegado Fábio Martins foi indiciado pelo crime de prevaricação. Todos os relatórios da investigação foram encaminhados ao MPE e à promotoria do órgão em Presidente Figueiredo. O inquérito já foi relatado e tramita na Justiça.
Os policiais Melquisedeque Sarah Galvão e Natan Alves tiveram a prisão preventiva decretada pela juíza Karen Aguiar Fernandes, que responde pela comarca de Presidente Figueiredo e acatou o pedido do Ministério Público do Estado. Eles estão presos na base do Grupo Fera, na sede da Delegacia Geral de Polícia. Os demais policiais permanecem afastados das atividades operacionais.
Fonte: Portal de Notícias Acrítica de Manaus

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