sexta-feira, 17 de junho de 2016

Violência Urbana no Brasil: Reflexo de uma sociedade desordenada socialmente

José Edilson de Paulo Oliveira, professor de Filosofia, Graduado em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo e Especialista em Gestão Escolar

Especialistas na questão afirmam que sim: nas periferias das cidades, sejam grandes, médias ou pequenas, nas quais a presença do Poder Público é fraca, o crime consegue instalar-se mais facilmente.

O Brasil caminha a alguns anos no tempo rumo a um alarmante índice de violência urbana, isso visivelmente em decorrência da falta de estrutura e organização social que assola o país e o mundo.
Hoje a violência em sua totalidade tem envolvido grande parte da sociedade do Brasil e do mundo. Pesquisas de modo geral apontam que geralmente jovem, do sexo masculino, morador de regiões periféricas das grandes cidades, que abandonou a escola cedo e não tem emprego formal, é a maior vítima de homicídio.

Ao mesmo tempo, esse jovem é o maior autor de crimes contra o patrimônio, como assaltos e roubos. E a maior vítima de crimes contra o patrimônio é também o jovem de ambos os sexos, mas de perfil diferente: Tem renda e escolaridade mais elevadas e mora em bairros mais abastados.
No Brasil e em todo o mundo a violência nos centros urbanos já fez milhares de vítimas enraizadas nas variadas classes sociais. Um dado recorrente ultimamente que cresce de forma desenfreada são os atos de violência praticados no próprio seio familiar. E a pergunta que muitos filósofos, sociólogos e estudiosos do assunto estão se fazendo: Como ter uma sociedade organizada e estruturante socialmente, com uma base familiar desestruturada e banalizada?
Especialistas na questão afirmam que sim: nas periferias das cidades, sejam grandes, médias ou pequenas, nas quais a presença do Poder Público é fraca, o crime consegue instalar-se mais facilmente.
Desta forma os chamados espaços segregados, áreas urbanas em que a infraestrutura urbana de equipamentos e serviços (saneamento básico, sistema viário, energia elétrica e iluminação pública, transporte, lazer, equipamentos culturais, segurança pública e acesso à justiça) é precária ou insuficiente, e há baixa oferta de postos de trabalho. Esse e os demais fatores apontados por especialistas não são exclusivos do Brasil, mas ocorrem em toda a América Latina, em intensidades diferentes.
O cenário de violência urbana cresce devastadoramente em função de poucas políticas públicas voltadas para a sustentação de uma sociedade contemporânea, que está preocupada com resultados rápidos e com consequências avassaladoras do ponto de vista da ordem social.
Nesta perspectiva, observa-se que não há políticas de governo preocupadas e muito menos que percebam que os fatores que conduzem tal situação de violência estão diretamente ligados ao crescente desordenamento populacional no Brasil.
Outro fator que contribui para os atos de violência de toda ordem social estão ligados ao acelerado processo de êxodo rural. Nesta dicotomia, Capitais de grandes centros urbanos brasileiros, recebem diariamente um número elevado de pessoas à procura de estabilidade econômica e posição social que se possa equiparar ao ritmo da evolução tecnológica atual e de outro lado temos uma área rural totalmente desassistida social e econômica sem poder suprir os vieses de uma sociedade cada vez mais competitiva.
Como consequências negativas de um não acompanhamento do poder público voltado para a infraestrutura urbana, se ver como reflexo uma sociedade pedinte, desempregada, moradia precária, saúde caótica, educação que não atende os anseios de uma sociedade indisciplinada e um povo desqualificada para encarar as peripécias do mercado profissional, fatores esses relevantes para o aumento significativo da violência urbana no Brasil.
Sociologicamente para minimizar tais fatores de violência, o sistema político do Brasil precisa repensar o modelo atual de políticas sociais e evoluir no sentido de criar e aplicar políticas públicas voltadas para a estruturação da base familiar, desenvolver mecanismos viáveis de sustentação do deslocamento populacional desordenado e buscar fortalecer a valorização de políticas sociais que realmente estejam preocupadas com a população mais desassistida.
Para diminuir os impactos nocivos da violência urbana brasileira, teria que haver um realinhamento nas políticas governamentais de valorização do emprego e renda, de cunho menos agressiva ao patamar de sustentabilidade da população de baixa renda.
O Sistema de Governo Brasileiro, precisa agir de forma menos capitalista, centralizadora e com uma visão mais humanizada, pensando no todo sempre e não no individual. Readequar políticas econômicas sem a desvalorização do capital humano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário