sexta-feira, 6 de junho de 2014

Adeus Justiça , adeus Barbosa!

Na minha infância e lá se vão bons 40 anos – uau, sim 40 anos – eu tinha um ídolo. Era o Wilson Vasconcelos Vianna, o Capitão Aza. Não perdia um programa. Cheguei a encontrá-lo uma única vez quando ele entrou na loja em que eu trabalhava. O tempo passou.

Hoje aos 46 anos poderia dizer que tenho dois ídolos: Zico e Joaquim Barbosa. E se formos analisar, eles são até parecidos no que diz respeito à integridade, ao caráter e suas maneiras de ver as coisas.
Quando li que Joaquim Barbosa estava se aposentando prematuramente, vi o abismo à minha frente. Parece que o chão se abriu logo ali. Vi a balança da Justiça subir de um lado e baixar do outro. Barbosa que poderia ficar até 2024, quando completará 70 anos, resolveu dar tchau, deixando todos nós – ou parte de nós, porque sempre vai ter um cabra que vai dizer que o Joaquim é isso ou aquilo – e a Justiça órfãos.
Sinceramente, não sei o que será daqui pra frente. Mas, como diz a música de Roberto Carlos, com certeza tudo vai ser diferente.
Ainda não me conformo e lamento pelo país que perde um perseguidor da Justiça, que mostrou com todas as letras que para ele não interessa quem o colocou lá no Supremo. Para ele, se fez “malfeitos”, como a presidente gosta de chamar os atos ilícitos cometidos por seus colegas políticos, ele não aliviava, mesmo sendo amigo de alguém que continua dizendo que o mensalão nunca existiu. Não é, Lula?
Se eu pudesse impedir a saída de Barbosa, entrava com um recurso no STF. Mas infelizmente não dá. Vamos ter que engolir.
Agora caberá a Dilma indicar um novo nome para ocupar a vaga deixada por Barbosa. E aí podemos esperar qualquer coisa. Já tivemos uma amostra com Teori Zavascki e com Luís Roberto Barroso, que foram votos decisivos nos embargos infringentes que aliviaram a pena de condenados no julgamento do mensalão.
Barbosa vai deixar saudades e a Justiça caolha e capenga.
Obrigado, Barbosa!
por Claudio Schamis

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