Por JONAS SANTOS
O padre Benjamim Araújo Tavares, pároco da cidade de Boa Vista do Ramos (a 270 quilômetros de Manaus), está sendo vítima de ameaça de morte. Desde o dia 04 de julho que o sacerdote vem recebendo telefonemas anônimos e que no fim desta semana se intensificaram.
Do outro lado da linha uma voz avisa a hora e o local da morte do padre, que passou a celebrar missas com colete a prova de balas e sob a proteção da Polícia Militar. Benjamim está em Parintins para tratamento de saúde e registrou boletim de ocorrência na 3ª. Delegacia Regional de Polícia do município.
A polícia investiga se as ameaças teriam partido de pessoas ligadas ao grupo do prefeito da cidade, Elmir Lima Mota (PSC), o Elmir Freedon, que é pastor evangélico e que tem travado uma verdadeira “guerra” contra os membros da igreja católica.
No domingo passado, o padre celebrou missa na igreja de São Pedro com os fiéis e a polícia cercando o entorno da igreja. “No último telefonema, no sábado, o homem disse que me mataria na missa.
Fiquei nervoso, mas criei coragem e com a fé em Deus fiz a celebração. Passei a usar colete a prova de bala e andar com a proteção da polícia” , disse ele. A denuncia é investigada pela delegada Ana Denise Machado.
Benjamin contou que os telefonemas começaram após ele apoiar uma manifestação em Boa Vista do Ramos, em 1º de julho, que pedia a cassação do prefeito. O protesto reuniu mais de duas mil pessoas. “A cidade vive o caos. O povo está sofrendo com salários que estão atrasados há dois ou três meses”, disse o padre.
A população protestou contra a decisão da Câmara de Vereadores que aprovou a prestação de contas de Freedon, de 2009. O prefeito teve as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e foi condenado a devolver mais de R$ 4 milhões.
“Não é de hoje que eu e o padre Marcílio Moutinho somos perseguidos pelo prefeito. Como afronta, pessoas ligadas a ele quebraram recentemente a imagem de São Sebastião, que ficava na praça da matriz”, conclui o pároco. A reportagem de A CRÍTICA tentou ouvir o prefeito Elmir Mota, mas o seu celular só dava na caixa postal.
Fonte: A Crítica.com
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