José Edilson de Paulo Oliveira,
professor de Filosofia, Graduado em Comunicação Social com Habilitação em
Jornalismo e Especialista em Gestão Escolar
Especialistas na questão afirmam
que sim: nas periferias das cidades, sejam grandes, médias ou pequenas, nas
quais a presença do Poder Público é fraca, o crime consegue instalar-se mais
facilmente.
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O Brasil caminha a alguns anos no
tempo rumo a um alarmante índice de violência urbana, isso visivelmente em
decorrência da falta de estrutura e organização social que assola o país e o
mundo.
Hoje a violência em sua
totalidade tem envolvido grande parte da sociedade do Brasil e do mundo.
Pesquisas de modo geral apontam que geralmente jovem, do sexo masculino,
morador de regiões periféricas das grandes cidades, que abandonou a escola cedo
e não tem emprego formal, é a maior vítima de homicídio.
Ao mesmo tempo, esse jovem é o
maior autor de crimes contra o patrimônio, como assaltos e roubos. E a maior
vítima de crimes contra o patrimônio é também o jovem de ambos os sexos, mas de
perfil diferente: Tem renda e escolaridade mais elevadas e mora em bairros mais
abastados.
No Brasil e em todo o mundo a
violência nos centros urbanos já fez milhares de vítimas enraizadas nas
variadas classes sociais. Um dado recorrente ultimamente que cresce de forma
desenfreada são os atos de violência praticados no próprio seio familiar. E a
pergunta que muitos filósofos, sociólogos e estudiosos do assunto estão se
fazendo: Como ter uma sociedade organizada e estruturante socialmente, com uma
base familiar desestruturada e banalizada?
Especialistas na questão afirmam
que sim: nas periferias das cidades, sejam grandes, médias ou pequenas, nas
quais a presença do Poder Público é fraca, o crime consegue instalar-se mais
facilmente.
Desta forma os chamados espaços
segregados, áreas urbanas em que a infraestrutura urbana de equipamentos e
serviços (saneamento básico, sistema viário, energia elétrica e iluminação
pública, transporte, lazer, equipamentos culturais, segurança pública e acesso
à justiça) é precária ou insuficiente, e há baixa oferta de postos de trabalho.
Esse e os demais fatores apontados por especialistas não são exclusivos do
Brasil, mas ocorrem em toda a América Latina, em intensidades diferentes.
O cenário de violência urbana
cresce devastadoramente em função de poucas políticas públicas voltadas para a
sustentação de uma sociedade contemporânea, que está preocupada com resultados
rápidos e com consequências avassaladoras do ponto de vista da ordem social.
Nesta perspectiva, observa-se que
não há políticas de governo preocupadas e muito menos que percebam que os
fatores que conduzem tal situação de violência estão diretamente ligados ao
crescente desordenamento populacional no Brasil.
Outro fator que contribui para os
atos de violência de toda ordem social estão ligados ao acelerado processo de
êxodo rural. Nesta dicotomia, Capitais de grandes centros urbanos brasileiros,
recebem diariamente um número elevado de pessoas à procura de estabilidade
econômica e posição social que se possa equiparar ao ritmo da evolução
tecnológica atual e de outro lado temos uma área rural totalmente desassistida
social e econômica sem poder suprir os vieses de uma sociedade cada vez mais
competitiva.
Como consequências negativas de
um não acompanhamento do poder público voltado para a infraestrutura urbana, se
ver como reflexo uma sociedade pedinte, desempregada, moradia precária, saúde
caótica, educação que não atende os anseios de uma sociedade indisciplinada e
um povo desqualificada para encarar as peripécias do mercado profissional,
fatores esses relevantes para o aumento significativo da violência urbana no
Brasil.
Sociologicamente para minimizar
tais fatores de violência, o sistema político do Brasil precisa repensar o
modelo atual de políticas sociais e evoluir no sentido de criar e aplicar
políticas públicas voltadas para a estruturação da base familiar, desenvolver
mecanismos viáveis de sustentação do deslocamento populacional desordenado e
buscar fortalecer a valorização de políticas sociais que realmente estejam
preocupadas com a população mais desassistida.
Para diminuir os impactos nocivos
da violência urbana brasileira, teria que haver um realinhamento nas políticas
governamentais de valorização do emprego e renda, de cunho menos agressiva ao
patamar de sustentabilidade da população de baixa renda.
O Sistema de Governo Brasileiro,
precisa agir de forma menos capitalista, centralizadora e com uma visão mais
humanizada, pensando no todo sempre e não no individual. Readequar políticas
econômicas sem a desvalorização do capital humano.
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