A própria condição juvenil já é um posição de desigualdade |
Durante o
X Seminário Visões do Vale, realizado nos dias 13 e 14 de junho, foi lançado o
livro “Vale do Jequitinhonha – Direitos Humanos e promoção da cidadania”, fruto
das apresentações realizadas no IX Seminário, em 2014.
A publicação traz dez artigos que tratam de temas como
políticas sociais, acesso à água, exploração sexual de crianças e adolescentes,
direitos humanos para a juventude e violência contra a mulher.
No artigo “Juventudes, Direitos Humanos e violências: por
que ainda precisamos dizer o óbvio?”, Rodrigo Correa, da Oficina de Imagens,
fala do modo como, mesmo “sem querer”, contribuímos para a violação dos
direitos humanos das várias juventudes. Segundo o texto, embora possam ser
apontados inúmeros dados sobre a violência letal e física da qual essa parcela
da população vem sendo vítima, também é preciso voltar a atenção para as
violências já naturalizadas cometidas contra os jovens.
A própria condição juvenil já é um posição de
desigualdade, uma vez que a sociedade vive numa lógica autocêntrica, baseada na
relação autoritária entre adultos e jovens, na qual o principal valor é a
obediência. Dessa forma, quando uma ordem é colocada em xeque, a atitude é
encarada como rebeldia juvenil. “Essa centralização de poder deve ainda ser considerada
uma relação, se não violenta, geradora de violências. Afinal, a violência não é
uma relação de poderes desiguais?”, questiona Rodrigo, no artigo.
Essa limitação de opiniões acaba impedindo e precarizando
a integração dos jovens nas estruturas de oportunidades, seja do ponto de vista
do mercado de trabalho, seja da participação social na resolução de incidências
e melhorias sociais. Embora se tenha avançado na agenda pública com a criação
de planos e instrumentos de direitos das juventudes, ainda é preciso a
aproximação desses instrumentos ao cotidiano dos jovens para a produção de
equidades. É essencial que haja um esforço de olhares para as ações
empreendidas com e para as juventudes. Suas vozes devem ser escutadas, pois são
eles que sabem onde dói o calo.
Para saber mais sobre o livro e o X Seminário Visões do
Vale, acesse o Portal Polo Jequitinhonha.
Fonte: http://oficinadeimagens.org.br/
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